A Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo abriu inquérito para apurar uma denúncia que policiais civis que participaram ativamente à realização de operação de fechamento de casas de jogo clandestinas, teriam omitido o nome do proprietário de uma destas casas, que é muito conhecido nas noites paulistanas, apelidado como “Rei dos Cassinos”, e também entre outras irregularidades dos policiais envolvidos teriam trocado as máquinas de jogos apreendidas durante as operações levadas ao depósito judicial.
O fato que teria acontecido ocorreu no dia 14 de março de 2021, no período da madrugada, na Rua Alvorada, n.º 520, 4º andar, Itaim Bibi, nesta capital.
Policiais civis, policiais militares, guardas civis metropolitanos, agentes sanitários e fiscais da Prefeitura Municipal, em operação conjunta, atendendo às diretrizes do Comitê Gestor de Combate à Pandemia do Coronavírus, diligenciaram até o local para verificar a existência de festa clandestina com o fim de impedi-la ou cessá-la.
Chegando ao local a força tarefa policial , constatou a existência de um prédio e verificaram que, no local funcionava um cassino clandestino, onde aproximadamente cento e cinquenta pessoas se aglomeravam. E a maioria sem o uso de máscaras de proteção, consumindo bebidas alcóolicas e realizando apostas em dinheiro nos jogos oferecidos: mesas de carteado e roletas.
Os policiais em razão do flagrante delito conduziram à Delegacia de Polícia funcionários do local e parte dos frequentadores. E determinaram, “ante o iminente risco sanitário apresentado, que a aglomeração fosse imediatamente dissolvida, sendo os frequentadores do evento dispensados para retorno ao lar” O local foi lacrado e foram apreendidos a quantia de R$2.300,00 (dois mil e trezentos reais), em dinheiro; quatorze máquinas de cartão, três notebooks, etc.
No local também foi encontrado o jogador de futebol GABIGOL e outras pessoas conhecidas.
Mas apesar de todo o show, apreensão de máquinas, detenção do jogador Gabigol e outros , deixaram de lado simplesmente o responsável de tudo, “ O Rei dos Cassinos, que estava no local observando tudo. Ele simplesmente foi “esquecido” pelos policiais, que supostamente o reconheceram e fizeram ‘vistas grossas’. Ainda, para aliviar o “Rei dos Cassinos”, colocaram como responsável do estabelecimento o dono do imóvel, que ouvido em declarações disse que era apenas o proprietário do imóvel e teria alugado as salas, e que desconhecia o funcionamento do bingo naquele local.
Outro evento que chama atenção é o fato de dois agentes penitenciários flagrados trabalhando no local como seguranças, e que tiveram os seus nomes retirados do B.O., posteriormente. Questionados o policiais que elaboram o Boletim, informaram que o sistema caiu.
Como o fato não foi visto com bons olhos pela cúpula da Polícia Civil, e para agravar ainda mais o caso, apareceu uma foto do Delegado seccional ao lado do empresário, com os agentes penitenciários.
O Delegado seccional que está há muito tempo na corporação foi afastado do cargo.