A Polícia Civil de São Paulo deflagrou, na manhã de 23 de abril de 2025, a Operação Floresta Devastada, uma ação que revelou um esquema criminoso de desvio de cerca de R$ 500 milhões de clientes brasileiros para uma empresa no exterior, localizada em Belize, na América Central. A operação mira banqueiros e executivos acusados de enganar investidores, lavar dinheiro e formar uma organização criminosa. O caso, que tem raízes em fraudes iniciadas em 2016, expõe a ganância de figuras conhecidas no mercado financeiro e deixa vítimas com prejuízos devastadores.
O que aconteceu?
A operação teve como alvos principais os irmãos Nelson Nogueira Pinheiro, Norberto Nogueira Pinheiro e Jaime Nogueira Pinheiro Filho, sócios da MRCP Participações S/A e ligados ao banco BMC e ao grupo Brickell. Eles são suspeitos de desviar dinheiro de clientes que participaram do programa de Repatriação de 2016, uma iniciativa do governo que permitia regularizar recursos mantidos no exterior mediante pagamento de impostos e multas. Em vez de repatriar o dinheiro, os suspeitos transferiam os valores para uma offshore (empresa em paraíso fiscal) em Belize, sem devolver os recursos aos donos.
Duas vítimas relataram perdas de R$ 130 milhões, mas o prejuízo total pode chegar a R$ 500 milhões. A Justiça de São Paulo autorizou o bloqueio de até R$ 469 milhões em bens dos investigados, incluindo obras de arte, joias, dinheiro em espécie, celulares e computadores. Mais de 50 policiais cumpriram 11 mandados de busca e apreensão em 9 endereços na capital paulista.
Como o esquema funcionava?
Os irmãos Pinheiro usavam o FPB Bank, um banco panamenho controlado pela família, para movimentar o dinheiro. Segundo as investigações, o banco transferia os recursos para empresas de fachada, como a Infiniti Investment, também em Belize, sem autorização dos clientes. Essas transações eram camufladas para dificultar o rastreamento, prática conhecida como lavagem de dinheiro. O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) forneceu relatórios que detalham essas movimentações suspeitas, reforçando as acusações.
O esquema veio à tona após denúncias de vítimas e ex-funcionários, que descreveram um “sistema organizado de fraudes”. As investigações apontam que o grupo usava empresas como a Brickell Participações S/A para ocultar patrimônio, especialmente após pedidos de recuperação judicial em 2019, que podem ter servido para proteger bens dos credores.
Quem são os envolvidos?
Os irmãos Pinheiro têm um histórico no setor financeiro. Nelson Nogueira Pinheiro, ex-fundador do Banco Pine, é apontado como o líder do esquema. Ele já foi investigado na Operação Lava Jato, em 2016, por irregularidades envolvendo o FPB Bank. Norberto e Jaime, seus irmãos, também são figuras conhecidas no mercado, com atuação no banco BMC, vendido ao Bradesco em 2007. A família cearense, que já controlou diversas instituições financeiras, agora enfrenta acusações graves de estelionato (fraude para obter vantagem financeira), lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Conexão com a Lava Jato
A Operação Floresta Devastada é um desdobramento de investigações iniciadas na Lava Jato, que identificou irregularidades no FPB Bank em 2018. A Polícia Federal já havia apontado operações suspeitas, e o Ministério Público de São Paulo aprofundou as apurações, descobrindo o desvio de ativos para prejudicar credores. O caso também levanta questões sobre a fragilidade do sistema financeiro e a falta de fiscalização em bancos estrangeiros operando no Brasil.
Impacto nas vítimas:
As vítimas, em sua maioria empresários, confiavam nos suspeitos para regularizar seus recursos no exterior. Muitos perderam fortunas, com relatos de famílias devastadas financeiramente. Um depoimento colhido pela polícia revela que, após romper com os irmãos no Banco Pine, Nelson estruturou o grupo Brickell para continuar as fraudes, usando o FPB Bank como ferramenta central.
O que vem agora?
A Polícia Civil segue analisando os materiais apreendidos, e o Ministério Público deve apresentar denúncias formais contra os envolvidos. A Justiça determinará se os bens bloqueados serão usados para ressarcir as vítimas. Até o momento, a defesa dos irmãos Pinheiro não se pronunciou publicamente.
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Fontes:
As informações desta matéria foram baseadas em reportagens de veículos confiáveis, como Brasil 247, UOL, G1 e Acionista.com.br, além de comunicados oficiais da Polícia Civil de São Paulo e relatórios do Coaf.