Um novo levantamento sobre São Paulo revela que quase metade dos idosos da cidade, que têm alguma ocupação, trabalham em condições informais. A situação afeta também os jovens de 18 a 24 anos, com 38% desse grupo exercendo atividades informais, segundo dados do IBGE.
Em termos gerais, 33% dos trabalhadores na capital paulista atuam fora do mercado formal. Dentre esses, 60,4% possuem baixa escolaridade ou menos de um ano de estudo, enquanto 21,2% concluíram o ensino superior.
O estudo destaca também a desigualdade de gênero no mercado de trabalho: atualmente, o desemprego entre as mulheres é 28% maior que entre os homens. Além disso, a taxa de desocupação é mais elevada entre jovens de 18 a 24 anos, chegando a 17,3%.
Dados mostram desigualdade por bairros e condições de vida
A desigualdade se estende à renda média mensal: no primeiro trimestre de 2024, a renda familiar na cidade era de cerca de seis salários mínimos (aproximadamente R$ 8.564,27). Contudo, a disparidade entre gêneros é clara, com a renda média dos homens superando em 33% a das mulheres.
A distribuição de renda varia drasticamente entre regiões. Enquanto no bairro da Brasilândia, na zona norte, a renda média familiar mensal gira em torno de R$ 1,9 mil, no Morumbi, na zona sul, esse valor chega a R$ 13,4 mil.
Falta de moradia e desigualdade urbana
O estudo aborda a precariedade habitacional e o direito à moradia. Entre as 24.054 famílias que recebiam auxílio-aluguel da prefeitura até junho deste ano, 42% estão há mais de uma década no programa, aguardando por uma solução habitacional definitiva. Apesar da longa espera, o valor do auxílio permanece congelado desde 2015, em R$ 400, enquanto o salário mínimo subiu de R$ 788,00 para R$ 1.412,00 no mesmo período.
Além disso, aproximadamente 10% da população vive em áreas de favela, o que corresponde a mais de 1,2 milhão de pessoas. O estudo alerta sobre a necessidade urgente de políticas habitacionais eficazes e adaptadas às realidades locais.
Diretrizes e recomendações
O levantamento propõe que as autoridades municipais priorizem políticas que promovam o direito à cidade, reduzindo as disparidades sociais e ampliando o acesso a serviços essenciais, como transporte e moradia, para todos os habitantes.